Aliondy Garcia: líder angolano nos Emirados firme na construção de pontes

A procura constante de crescimento e a vontade de construir pontes entre Angola e o mundo, são traços que caracterizam a trajectória do também empresário e líder da comunidade angolana nos Emirados.
Aliondy Garcia, actuamente com 36 anos de idade, natural de Luanda e formado em Relações Internacionais pela Universidade Técnica de Angola, partiu de Angola para a África do Sul ainda criança, com nove anos de idade, tendo vivido neste país cinco anos na companhia de familiares.
Anos mais tarde, em 2021, já casado e com novos objectivos de vida, mudou-se para os Emirados Árabes Unidos, onde se consolidou, aprimorando um sentimento altruísta.
Confessa que “queria crescer profissionalmente, conhecer novas realidades e abrir caminhos que, no futuro, também pudessem beneficiar outros angolanos”, recorda.
Curioso, resiliente e determinado, afirma que cada passo da sua trajectória foi pensado não apenas para benefício próprio, mas também para impactar positivamente a comunidade a sua volta.
Isto granjeou-lhe a confiança dos seus concidadãos na Diáspora (perto de 270 membros registados actualmente), tendo sido eleito, recentemente, presidente da Associação dos Angolanos nos Emirados Árabes Unidos (AAAE-3AE), com 93% dos votos.
A vitória, diz, foi “fruto de diálogo e escuta activa”, e viu a conquista não apenas como um gesto de confiança, mas também como um peso de responsabilidade. Assinala ser seu objectivo unir a comunidade, defender os seus interesses, valorizar a cultura e criar redes de apoio.
Com uma visão voltada para o futuro, Aliondy Garcia pretende consolidar a AAAE-3AE como espaço de união e oportunidade para os angolanos nos Emirados, ao mesmo tempo que fortalece os seus próprios projectos empresariais.
E, sobretudo, quer partilhar a experiência adquirida com a nova geração: com o que aprendeu acredita que pode ajudar empresas angolanas a expandirem-se, atrair investimento e apoiar jovens empreendedores a transformarem ideias em negócios sustentáveis.
A veia Empreendedora no Sangue e Internacionalização do Negócio
Foi assim que, no Dubai, abraçou o desafio de empreender num dos mercados mais competitivos do mundo.
Empreender, afirma, é sobretudo uma questão de mentalidade: identificar problemas e procurar soluções. Salienta ter sido um processo natural de expansão, depois de começar em Angola. Aqui percebeu que não basta ter uma boa ideia – mas é preciso consistência, credibilidade e capacidade de adaptação.
O seu foco tem sido a internacionalização e a estratégia de negócios, ajudando empresas a expandirem-se para novos mercados, sobretudo para os Emirados.
Contudo, reconhece os obstáculos: “Transmitir essa visão a outros empresários, lidar com diferenças culturais e acompanhar a velocidade de mudança são os maiores desafios”. Mas enfatiza encará-los como oportunidades de crescimento.
A integração no mercado local foi facilitada pelo domínio do inglês, mas Aliondy sublinha que o verdadeiro segredo está no respeito pela cultura, porquanto compreender o contexto e demonstrar respeito abre portas e cria relações de confiança.
A Completa Integração no Mundo Árabe
Casado há 10 anos com a sua companheira de adolescência e sócia, com quem tem gémeos, Aliondy não esconde as dificuldades da adaptação: “O clima e a saudade de Angola foram duros, mas hoje temos uma rotina estável e sentimo-nos integrados.”
Apesar da distância, mantém uma ligação estreita a Angola, tanto pessoal como profissional, e garante que nunca considerou que saiu de verdade, até porque continua a ter negócios no país, onde é contribuinte fiscal e acompanha diariamente a política e a economia. “Angola é a minha casa.”
Olhando ainda para o país natal, deixa uma mensagem clara: “Gostaria de ver mais oportunidades para os jovens e maior incentivo ao empreendedorismo. Angola é maior do que os nossos problemas e mais forte do que as nossas dificuldades. Unidos, transformamos sonhos em realidade.