Angolano destaca-se como “Voz e Rosto” da comunidade na Rússia

Sebastião Mateus, jovem de 26 anos de idade, é tido actualmente como a “voz e rosto da comunidade angolana na Rússia”, fruto da dinâmica que empreende na liderança dos concidadãos em Moscovo, entre os quais perto de 450 estudantes distribuídos por diversas universidades e áreas de estudo, da Medicina às Engenharias.
Sebastião afirma orgulhar-se de ver “muitos jovens angolanos” a destacar-se em áreas científicas e técnicas.
Licenciado em Relações Internacionais, com especialização em Diplomacia Económica, concluiu um mestrado na mesma área, orientado para a Segurança Internacional, África e a Região dos Grandes Lagos. Actualmente, frequenta o doutoramento em Economia Regional e Sectorial na Universidade de Transporte de Moscovo, centrado no sector petrolífero.
Natural de Luanda, cresceu numa família que sempre acreditou na educação como motor de transformação social.
Foi esse princípio que o levou, em 2018, a trocar o calor tropical da capital angolana pelo rigoroso inverno russo.
A saída de Angola e os primeiros desafios
A viagem começou com uma bolsa de estudos oferecida pelo governo russo, a que se candidatou, e consegui conquistar. O objectivo principal era estudar, mas também representar a cultura angolana e estreitar os laços entre os dois povos, recorda.
No entanto, a adaptação não foi imediata. A língua russa e o clima extremo foram os primeiros obstáculos e declara ter sido “muito difícil”, porque o Inverno russo é rigoroso e a barreira linguística complicava tudo, mas com o tempo conseguiu adaptar-se e hoje domina o idioma.
Apesar da vida construída na Rússia, Sebastião mantém Angola como horizonte. “Angola é a minha eterna namorada”, diz, citando o compositor Waldemar Bastos. O seu objectivo é regressar e servir no Ministério das Relações Exteriores, colocando em prática os conhecimentos adquiridos fora do país.
Angola no coração
Mesmo distante, acompanha de perto a realidade nacional. Reconhece as dificuldades da juventude angolana, sobretudo no emprego e na educação, mas acredita nas reformas em curso. “A juventude é a força motriz da nossa sociedade. Precisamos de mais inclusão, de mais escolas e hospitais. Só com capital humano valorizado Angola poderá crescer”, refere.
…E deixa uma mensagem de esperança: “Estamos a caminho dos 50 anos de Independência. Somos um povo jovem e resiliente, conhecido pela paz e pela hospitalidade. É tempo de acreditarmos no amanhã, de trabalharmos pela agricultura, pela educação e pela coesão social. Angola tem futuro, e esse futuro depende de nós.”